
A deputada federal Eliza Virginia (PP) levantou suspeitas sobre informações vazadas por autoridades policiais ao também parlamentar e atual candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), com relação a possível infiltração do crime organização na prefeitura da Capital. Eliza apontou, em discurso na tribuna da Câmara Federal nesta terça-feira (27), suposta tentativa de interferência no resultados das eleições 2024 no município pessoense.
De acordo com Eliza, estão querendo sujar a imagem e a reputação da Polícia Federal, com alegações e suspeitas de vazamento, informações privilegiadas para o uso político. “Eu não quero acreditar que algumas maçãs podres possam sujar a reputação dessa tão conceituada instituição, que nos orgulha”, disse inicialmente.
A deputado então apontou mais detalhadamente a suspeita sobre o caso que envolve Ruy Carneiro e a coincidência sobre a deflagração da Operação Mandare. “No dia 4 de abril, um deputado dessa Casa, candidato a prefeito João Pessoa, trouxe preocupação sobre a possível infiltração do crime organizado na administração municipal. Sem apresentar prova. Mas com menos de 30 dias estourou a bomba. A Polícia Federal deflagrou a operação relacionada ao tema, e questiono: como é que o deputado soube? Ele é um oráculo? Tem uma bola de cristal?”, indagou Eliza.
“Não sou contra a investigação nenhuma, porém a gente tem que saber quais são as intenções e quem está mandando. Vazamentos como este tem ocorrido de forma rotineira dentro de várias esferas de segurança no nosso país”, completou a parlamentar.
A deputada também chegou a trazer à tribuna informações de bastidores noticiadas na Paraíba que apontam ainda a pressão de um ex-governador por uma operação da Polícia Federal na Capital.
Eliza volta a destacar que não quer crer no uso político das instituições e reafirmou sua admiração e crença na idoneidade da Polícia Federal. “Espero que todas as prefeituras, nesse mês de outubro, realizem suas votações, suas eleições de forma democrática, sem interferência, sem privilégio, sem informações privilegiadas, porque não podemos conceber que uma instituição tão honrada como essa possa ter sua reputação suja. E eu peço que conste no Jornal da Câmara”, finalizou a deputada paraibana.