Quando se trata da vacinação contra a Covid-19, as informações fornecidas pelo governo Bolsonaro e por seus membros são vistas como pouco ou nada confiáveis por jovens brasileiros. É o que indica um estudo mundial inédito sobre o grau de segurança de pessoas de 18 a 30 anos em relação a dados sobre imunizantes que recebem de fontes diversas.

A iniciativa é do Movimento #MoreViralthantheVirus e da HILA Alliance, ligada à Unesco. No Brasil, os dados foram coletados pelo Instituto Vero, capitaneado pelo youtuber Felipe Neto.

Por aqui, 4.720 entrevistados foram questionados sobre a confiabilidade daquilo que se sabe sobre vacinas a partir da administração federal. Do total, 36,91% concordaram que as divulgações governamentais são confiáveis. Ao mesmo tempo, no entanto, 35,22% mostraram não ter convicção naquilo que é emitido pelo Ministério da Saúde e outros órgãos correlatos.

O índice de “desconfiados” do governo é superior ao de quase todas as outras fontes de informações citadas pela pesquisa: a Organização Mundial da Saúde (4,34%); a Unicef (5,78%); autoridades internacionais de Saúde num geral (4,61%); as ONGs (15,18%); os laboratórios farmacêuticos (15,78%) e a imprensa (15,57%).

Depois da gestão bolsonarista, os jovens só duvidam mais dos conteúdos sobre vacinas transmitidos por seus amigos e familiares (43,68%) e também por influenciadores e celebridades (58,12%). Da mesma maneira, a taxa de confiança no que o governo diz só é maior que a desses dois grupos.

A pesquisa revelou ainda que a juventude brasileira deseja se vacinar para se autoproteger (30,4%); para proteger os outros (29,6%), e por estar consciente sobre o papel da vacina (9,6%). As principais preocupações são riscos e efeitos (25,9%), a transparência de dados (30%) e a eficácia em diferentes faixas etárias (18,1%).