Me informaram que antes de receber o relatório de uma pesquisa Quali, o governador João Azevêdo (PSB) consultou seu marqueteiro sobre a necessidade de tirar uns 10 dias de licença para descansar e recarregar as baterias visando a campanha eleitoral.
“Com essa oposição que o senhor tem, pode tirar um mês que não muda nada”, teria dito o conselheiro político do governador. E vendo o comportamento da oposição no noticiário político da mídia e redes sociais, sou obrigada a concordar plenamente com ele.
João Azevêdo não deu por inaugurada uma obra, não anunciou um programa social ou qualquer ação governamental lá das terras lusitanas, mas não saiu uma hora sequer do noticiário local. Fruto exatamente de declarações e “acusações” dos líderes oposicionistas e de seus assessores.
Questionaram a viagem em plena campanha eleitoral e até o fato de João, dois amigos e esposas comerem bacalhau em… Lisboa. Armaram flagrante baseado em fotos da viagem postadas em redes sociais por um ilustre advogado que os encontrou, como se o governador não tivesse passado o cargo em solenidade oficial ao presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, desembargador Saulo Benevides.
Pedro Cunha Lima (PSDB) e Nilvan Ferreira (PL) protestaram pessoalmente. Veneziano (MDB), ao menos, usou assessores ricardistas. O meio político e jornalístico esperava que nesse pit stop de João, seus opositores acelerassem a campanha, anunciassem alguma proposta impactante de seus programas de governo, novas adesões, enfim botassem o bloco na rua. Mas eles preferiram dar holofotes a quem se retirou de cena para comer seu bacalhau. E logo em Lisboa.
Um adendo. A grande novidade mesmo dessa viagem de João a Portugal foi ele e seus dois assessores pagarem as passagens e hospedagens dos próprios bolsos. Em outros tempos, arranjava-se uma suposta agenda oficial com palestras fajutas, almoços em embaixadas e reuniões fictícias com empresários para “vender o destino Paraíba”. E tudo era pago pelo erário público.