Na política, a coerência deveria ser um dos pilares fundamentais de qualquer liderança. Mas, ao que parece, essa não é uma preocupação para o ex-prefeito de Cajazeiras, Zé Aldemir. Conhecido por suas críticas ferozes ao governador João Azevêdo, ele se apresenta como o maior opositor do governo estadual no sertão paraibano. No entanto, quando se apagam os holofotes e os microfones são desligados, a realidade mostra um cenário bem diferente.
Enquanto nos discursos públicos Zé Aldemir ataca o governo com veemência, nos bastidores ele corre para os braços governistas, em reuniões com secretários e representantes da mesma gestão que tanto critica. O que era para ser uma oposição firme se revela, na prática, um jogo de conveniências.
A contradição não para por aí. Mesmo sem mandato, o ex-prefeito se comporta como se ainda fosse o grande porta-voz de Cajazeiras, criticando vereadores e tentando influenciar o cenário político local. Mas fica a pergunta: se ele realmente quer se posicionar como o líder da oposição, por que busca proximidade e benefícios com aqueles que ataca?
A estratégia de Zé Aldemir segue um velho roteiro da política tradicional: discurso inflamado para conquistar simpatizantes, mas articulação silenciosa para garantir espaço e influência. Ele quer “bater” para se manter relevante, mas também recuar quando precisa de vantagens políticas.
A questão que resta ao eleitorado é até quando esse jogo duplo vai funcionar. Porque uma coisa é certa: Zé Aldemir pode mudar o tom do discurso de acordo com o interesse do momento, mas a incoerência já se tornou sua marca registrada.


