Nem o deputado estadual Cabo Gilberto (PSL) consegue defender a filiação de Jair Bolsonaro ao PL. Em entrevista ao programa F5, da Rádio Pop FM, nesta terça-feira (7), o parlamentar resumiu o pensamento de muitos bolsonaristas com o presidente se agarrando no partido de Valdemar da Costa Neto.

Quem é Valdemar? Em 2012 foi preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 10 meses no mensalão, e recebeu uma multa de 1,6 milhão de reais. Em 2014, passou a cumprir o resto da pena em prisão domiciliar após decisão do STF.

Cabo defende, inclusive, a “compra institucionalizada” de parlamentares para apoiarem o governo. O que outrora era mensalão, aquele esquema do qual Valdemar foi condenado, agora é simplesmente “ser da base aliada do presidente”.

“Sou deputado aqui, tem 30 deputados do lado do governo, eu vou querer me comparar? O deputado do governo é beneficiado, nem falo isso na Assembleia para não passar vergonha. Quem é aliado tem benefícios do governo. Quer comparar um deputado do PT que mente todos os dias para atacar Bolsonaro, com um aliado do governo? O aliado vai ser beneficiado, faz parte do parlamento, da governabilidade. Agora, não pode ser beneficiado de forma ilegal. Não vamos criminalizar os políticos, e sim políticos que desviam dinheiro público”, afirmou Cabo Gilberto.

Questionado sobre políticos que desviam dinheiro serem nomes como Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, sigla a qual Bolsonaro se filiou, Cabo Gilberto foi breve.

“Meu pai do céu”, respondeu. E só.

É Cabo, não há retórica que construa defesa, nem narrativa que transforme o fato irrefutável do presidente ter se tornado “tudo aquilo que está aí” do qual apontou o dedo em riste em 2018. Agora é sentar, aceitar. 2022 vem aí, e o povo parece estar vacinado.

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