O presidente do Solidariedade e ex-deputado federal, Paulinho da Força (Solidariedade), pode retornar à Câmara devido à uma rápida decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte determinou a perda de mandato do deputado Marcelo Lima (PSB-SP), de quem Paulinho é suplente. Ainda cabe recurso ao parlamentar representante de São Bernardo do Campo.

A ação contra Marcelo no TSE partiu do próprio Solidariedade, que é presidido por Paulinho da Força, e alegou infidelidade partidária, tese acatada.

Conforme o site O Antagonista, Lima foi eleito em 2022 pela sigla, mas saiu do partido em fevereiro. O Solidariedade, então, alegou que Marcelo Lima apresentou a desfiliação sem justa causa, o que implicaria na perda de mandato. Já a defesa do deputado baseia os argumentos no fato de o partido não ter atingido o requisito da cláusula de desempenho, que seria a eleição de um número mínimo de parlamentares para ter direito ao fundo partidário e tempo de rádio e TV.

Para além da nítida “ação em causa própria” que o presidente do Solidariedade moveu usando o partido que comanda para tentar voltar à Câmara, existe um contexto histórico e bastidores que se relacionam com as eleições 2024  em São Bernardo do Campo, o berço de um aliado de Paulinho, o petismo.

São Bernardo do Campo é um território histórico do petismo raiz. Durante anos, o PT deteve o controle e o protagonismo da cidade, porém, escândalos envolvendo a sigla revelaram ligações com lideranças locais, some-se isso às gestões mal avaliadas e temos o combustível para que o partido perdesse o protagonismo político em SBC.

E Marcelo Lima é o candidato à Prefeitura de São Bernardo do Campo do atual prefeito Orlando Morando (PSDB), liderança que possui mais de 70% de aprovação de sua gestão, com obras e ações impactantes no cenário local. Na disputa eleitoral que se aproxima despontam três pré-candidaturas: o deputado estadual Luiz Fernando (PT), que é 3º lugar nas pesquisas, e empatados em 1º lugar estão os deputados federais Alex Manente (Cidadania) e o próprio Marcelo Lima (PSB).

A ida de Marcelo para o PSB aconteceu após um convite do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB). O parlamentar então optou por fazer o movimento de saída do Solidariedade às vésperas da sessão que homologou a fusão do partido com o PROS.

Na cidade de São Bernardo do Campo todos estão espantados com a decisão do TSE, dado a minúcia e certos apegos a pequenos detalhes com a qual o processo foi rapidamente, diga-se de passagem, julgado. Lideranças que criticam os votos dos ministros da Suprema Corte falam na conotação política do voto e apontam até mesmo lawfare – a guerra jurídica, fenômeno onde as decisões indicam perseguição a agentes políticos.