O rendimento médio real habitual do trabalho principal de pessoas brancas, na Paraíba, era cerca de 88,3% superior ao das pretas e 55,9% maior que o das pardas, em 2021, de acordo com o estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado pelo IBGE, nesta sexta-feira (11). O levantamento apresenta informações sobre mercado de trabalho e distribuição de renda, condições de moradia e patrimônio, educação, violência e participação e gestão.
Enquanto pessoas brancas tinham um rendimento médio de R$ 2.284, acima da média do estado (R$ 1.706), para as pretas esse valor era de R$ 1.213 e para as pardas de R$ 1.465. Os indicadores se referem à parcela da população de 14 anos ou mais de idade, que estava ocupada formal ou informalmente na semana de referência.
Em relação à taxa de desocupação, a pesquisa aponta que o percentual era bem maior entre aqueles que se declararam pretos (18,9%) e pardos (17,7%), do que entre os brancos (12,2%). O indicador é calculado pela proporção de pessoas que estavam sem trabalhar, mas procuraram uma oportunidade,
Ao passo que o nível de ocupação era maior entre os brancos (43,1%) do que entre pretos (42,1%) e pardos (40,6%), a taxa composta de subutilização da força de trabalho era mais forte nos dois últimos grupos, de 44,9% e 45,7%, respectivamente, do que no primeiro, de 34,5%. O nível de ocupação apresenta a proporção de pessoas ocupadas em relação ao total daquelas que estão em idade de trabalhar. Por sua vez, o indicador de subutilização considera, além da desocupação, a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas e quem estava na força de trabalho potencial.
Já a taxa de formalização, que aponta para aqueles que têm um trabalho formal no total dos que estão ocupados, foi maior entre os pretos (52%) do que entre os brancos (48,1%). O menor percentual foi observado entre os pardos, de 43,2%.
Taxa de pobreza e rendimento domiciliar per capita
Ao analisar as linhas de pobreza propostas pelo Banco Mundial, o estudo indica uma maior vulnerabilidade das populações preta e parda. Em 2021, na linha da extrema pobreza, que é de US$1,90 PPC diários ou R$ 168 mensais per capita, a taxa entre pretos e pardos era de 16,2%, enquanto entre brancos era de 14,4%.
Fonte: IBGE – Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil 2021
A diferença é maior ao considerar a linha de U$$5,50 PPC diários, ou R$ 486 mensais per capita. Nesse caso, a taxa de pobreza na parcela de pessoas que se declararam brancas era de 42,6%, ao passo que, no grupo daqueles que declararam pretos ou pardos, era de 49,9%.
No cenário geral do estado da Paraíba, segundo o estudo, o rendimento médio mensal real domiciliar per capita, em 2021,era de R$ 872. O recorte por cor ou raça verificou que, entre brancos, seu valor (R$ 1.163) era superior à média, enquanto entre pretos (R$ 621) e pardos (R$ 745) era menor. O levantamento indica ainda que, em relação à mesma cor ou raça, havia diferenças nos valores recebidos por homens e mulheres, conforme mostra a tabela abaixo: