Uma megaoperação com 105 ações de fiscalização, envolvendo 50 equipes em pelo menos 65 municípios de 23 unidades da federação, resgatou 337 pessoas de condições análogas às de escravo em 15 estados. Desses, cinco eram crianças e adolescentes e seis, trabalhadoras domésticas – uma delas, na Paraíba, estava no serviço desde os nove anos.
De acordo com as investigações da “Operação Resgate 2”, as trabalhadoras da Paraíba eram duas irmãs. A de 37 anos trabalhava desde os nove como doméstica em João Pessoa para a filha da empregadora da irmã – que tinha 57 anos e ficava no município de Alagoa Grande. A fiscalização ainda está calculando o tempo em que esta foi submetida exploração.
Quando crianças, elas moravam com os pais nas terras do engenho da família que veio a ser empregadora, segundo as entidades envolvidas no resgate. Quando os pais das meninas faleceram, a empregadora ficou com a mais velha e “deu” para a filha. Como a fiscalização ainda está em curso, os dados sobre os empregadores não foram divulgados.
“Isso lembra muito a escravidão colonial, em que as trabalhadoras escravizadas eram passadas entre gerações de uma mesma família”, analisa Italvar Medina.
Um dos casos foi deflagrado no bairro Intermares, bairro de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, na última segunda-feira (25). O Repórter Brasil também detalhou o caso na Paraíba.